Não se deve esquecer nunca que os bebês são diferentes entre si e, em relação à alimentação, o procedimento é o mesmo.
Via de regra, a ansiedade dos pais pode provocar uma alteração no relógio biológico da criança e o que seria um momento prazeroso, torna-se uma verdadeira tortura: preocupados com recusas ou sobras, os pais começam a lançar mão de dispositivos nada convencionais para induzirem os pimpolhos a comerem o que acham ser uma quantidade razoável de alimentos.
Por volta dos 2 anos de idade a criança tende a sofrer uma certa queda do apetite, ou seja, não come toda a refeição que lhe é oferecida ou da preferência por este ou aquele alimento, considerado, via de regra, menos nutritivo pelos pais. Nessa idade ela cresce mais devagar e por isso tem menos fome do que quando era bebê.
Invariavelmente, é nesse momento que os pais tomam um sentido errado e iniciam a prática de técnicas e procedimentos duvidosos, para condicionar o pequeno a ingerir a comidinha.
Alguns pais chegam ao extremo de ministrarem aos filhos estimulantes de apetite e vitaminas sem prescrição médica, movidos pela melhor das intenções.
Só o pediatra poderá identificar distúrbios físicos e emocionais passíveis de verdadeira atenção, que influem diretamente no apetite do pimpolho. Infelizmente, um deles é justamente criado a partir de uma série de atitudes inadequadas da família em relação à criança, para induzirem seus pequenos a ingerirem alimentos: a inapetência comportamental.
Para evitar esse desagradável sintoma, os pais devem observar melhor as necessidades dos filhos e respeitar algumas regras, como o estabelecimento de horários fixos para todas as refeições, procurando não abrir exceções.
Carnes e legumes devem ser inseridos, naturalmente e desde cedo, ao cardápio infantil. Não se deve substituir esses alimentos com o passar do tempo, quer seja por conveniência ou mesmo por exigência dos pequeninos. Só assim eles adotarão tal prática alimentar.
Água, sucos e todo o tipo de líquidos devem ser ingeridos com moderação, se possível após as refeições, para não preencher o espaço da comida no pequeno estômago.
As refeições devem ser feitas em local e horas adequados. Usar sempre a mesa, dando exemplos, criando rotinas saudáveis, estabelecendo limites sem rigidez, é outra prática aconselhável. É preciso ser sensível à preferência alimentar do bebê. Não é difícil, por exemplo, evitar um alimento que ele sempre recusou e substituí-lo por outro do mesmo grupo nutricional.
É preciso também variar o cardápio de maneira criativa. Abusar de formas e cores pode ser um recurso bastante eficiente para despertar o apetite infantil: cenouras, milho e vagens é uma ótima combinação e possui cores atraentes!
Bolinhos e tortas modelados em forma de bichos e objetos é outro artifício divertido e saudável, muito bem recebido pelos pequeninos.
Elogiar a criança ao final de uma refeição bem feita, e mostrar a ele toda a satisfação e contentamento pelo fato, também pode ser muito gratificante. É importante informá-la o quanto é valioso tal alimento para que cresça saudável, mesmo que não seja obrigada a ingerí-lo.
Ameaças e insistências aborrecidas não levam a lugar nenhum. Ao invés de dizer: "se não comer, não vai brincar", diga: "você já experimentou esse frango? deixe-me cortá-lo para você!".
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