Introdução


domingo, 24 de julho de 2011

A procura de paz


Era uma tarde de outono.
Em meio ao burburinho do cotidiano, uma jovem buscava organizar seus pensamentos para então tranqüilizar a mente e conseguir trabalhar.
Mas era tão difícil.
Por mais que buscasse organizar suas idéias,
em poucos instantes seu pensamento vagava
entre lembranças e aflições.
Desconcentrava-se e afligia-se.
Sentia vontade de sair correndo para longe.
No entanto, sabia que seu desconforto
nada tinha a ver com seu trabalho.
Além disso, não seria um lugar qualquer
que lhe devolveria a serenidade perdida.
Era nisso que pensava quando olhou pela janela.
Nuvens espessas e escuras escondiam o sol.
As montanhas próximas pareciam ter
sido engolidas por densa névoa.
A luminosidade do dia dava lugar à certeza
da tempestade que não tardaria a cair.
Sentiu seu coração ainda mais pesado.
Era como se o seu estado de espírito estivesse
representado pelo cenário emoldurado na janela.
Quando as primeiras gotas da chuva começaram
a escorrer pela vidraça ela sentiu-se mais infeliz.
O desejo de chorar só foi contido pela presença dos colegas de trabalho,
alheios à sua dor.
Baixou novamente os olhos na tentativa de retomar
o trabalho quando encontrou, entre seus pertences,
um papelzinho impresso.
Era uma dessas curtas mensagens que se acham dentro dos chamados "biscoitinhos da sorte".
Era singelo, mas preciso:
"depois da tempestade vem a bonança."
Reencontrar, naquele momento, quando a chuva caía pesada,
o bilhetinho que recebera por acaso dias antes,
parecia-lhe mais do que uma simples coincidência.
Afinal, sentia-se em meio a uma tempestade.
Problemas sérios invadiam sua vida.
Era como se uma enxurrada estivesse arrastando para longe
dela sua paz e sua felicidade.
Olhou novamente para o pequeno papel e o releu.
No instante seguinte, olhou para fora.
Pensou:"para Deus nada é impossível."

A jovem sorriu, sentindo o ânimo renovado, e pensou:
"realmente, para Deus tudo é possível."
quando, no final da tarde, ela voltou seus olhos
para fora não pôde conter o espanto.
A chuva havia parado e o cenário era muito diferente: o céu,
banhado por intensa luz do sol, não tinha nuvens.
As montanhas, antes ocultas pela neblina,
agora tinham seus contornos bem definidos.
Naquele momento, uma colega aproximou-se
e disse-lhe: "quem diria, não?
Depois da chuva que caiu no começo da tarde,
um final de dia ensolarado como esse!"
E completou, sorrindo:
"para Deus nada é impossível!"
A jovem sorriu, sentindo o ânimo renovado, e pensou:
"realmente, para Deus tudo é possível."

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