Engana-se
quem pensa que estando abrigada da luz solar está com a pele protegida.
Assim como o sol que emite raios ultravioletas, as luzes visíveis de
ambientes fechados como as lâmpadas fluorescentes e a luz do computador
também emitem radiação que causa alterações no DNA da pele e
desencadeiam efeitos nocivos como manchas e envelhecimento.
Essa
foi a conclusão de um estudo divulgado na revista “Photochemistry and
Photobiology” e posteriormente debatido pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
É evidente que, em comparação com os danos causados
pelos efeitos solares, as luzes artificiais são menos agressivas e
prejudiciais. Pode-se afirmar que oito horas de exposição às luzes de
ambientes fechados como escritórios, por exemplo, equivalem a uma
exposição de 1 minuto e 20 segundos em um dia claro de verão.
A princípio, esse número pode até parerecer
insignificante, mas se você somar esse período em um mês, um ano e
durante anos, o resultado pode ser alarmante o suficiente para convencer
você a não sair de casa sem proteção, mesmo nos dias em que não há sol e
que você terá que passar o dia todo trabalhando.
A intensidade
dos danos causados pelas luzes é variável. As lâmpas que aquecem, como
as dicróicas, costumam ser mais prejudiciais que as lâmpadas frias, que
emitem radiação em menor intensidade. Já as luminárias e os refletores
de consultórios odontológicos, por exemplo, costumam ser mais agressivas
por ficarem mais próximas ao rosto.
No Brasil, o número de
pessoas que se previne com o uso diário do protetor solar ainda é
pequeno. Mesmo em se tratando de um país de clima tropical e com sol na
maior parte do ano, a maioria das pessoas só lembra do protetor solar
quando vai à praia ou piscina. Os que se preocupam com a proteção contra
a luz visível é ainda menor e um dos principais fatores é a falta de
conhecimento sobre os riscos.
Segundo o dermatologista Sérgio
Schalka, membro da diretoria regional paulista da Sociedade Brasileira
de Dermatologia, a luz visível pode produzir radicais livres que
provocam alterações nas células de pigmentação, os melancócitos e nos
produtores de colágenos, os fibroblastos, por isso, mesmo com o uso de protetor solar,
algumas pessoas podem apresentar manchas na pele, conhecidas como
melasmas. Enquanto os raios solares são responsáveis por 67% da produção
de radicais livres, a luz visível é responsável por 33%, segundo dados
internacionais.
O risco
existe, é fato, mas não há nenhum motivo para grandes preocupações, já
que não há nenhuma relação entre os efeitos das luzes artificiais com o câncer
de pele. Uma dose a mais de cuidado como incluir o uso do filtro em sua
rotina diária de beleza, já pode garantir uma pele mais saudável e
bonita por anos.
A única luz artifical associada a casos de câncer de pele é a utilizada em câmeras de bronzeamento artificial, que por possuírem um alto índice de radiação UVA podem desencadear a doença.
Quem
faz tratamentos de pele com produtos químicos como peeling a laser ou é
portador de doenças desencadeadas pela exposição solar como o lúpus ou
tem tendência a desenvolver melasmas, deve ter mais atenção e cuidados.
Não
tem escapatória, seja em casa, no trabalho ou ar livre, nossa pele está
constantemente sujeita à incidência de luz, por isso é melhor se
prevenir para garantir uma pele sempre bonita.
Atualmente o
mercado disponibiliza uma série de produtos para manter a pele protegida
e o que não falta é opção. Existem maquiagens com proteção, hidratantes
com filtro solar que hidratam e protegem ao mesmo tempo, produtos
específicos para determinadas regiões do corpo, rosto e mãos, filtros
específicos para cada tipo de pele oleosa, com acne e seca, versões em creme, em gel e spray e com fatores de proteção diferentes, por isso, não tem porquê se descuidar.
E
não se esqueça, independente do seu tom de pele, o protetor solar não
deve ser dispensado e quanto mais clara for a cor, maior deve ser a
proteção. Cuide-se.
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