Introdução


terça-feira, 18 de setembro de 2012

O acaso…


Passamos por diferentes fases na vida e muitas vezes imaginamos que certas passagens e alguns acontecimentos não deveriam ter ocorrido ou simplesmente não tiveram nenhum valor em nossa existência. Pois bem, enganam-se aqueles que pensam que na vida o acaso é apenas um fato corriqueiro.
O acaso não existe porque tudo que acontece em nossa vida tem um propósito por pior ou melhor que sejam os acontecimentos. Existe uma força que une tudo e todos e desta forma a conexão espiritual entre as fases e passagens que vivemos mostram ao longo do tempo que os fatos acontecem com um propósito e feliz de quem atingiu uma maturidade para sentir esta energia e afirmar com veemência que nada ocorre por acaso porque existe um propósito (finalidade) para tudo que há no Universo.
Neste assunto existe uma peça fundamental que todos os homens livres possuem e que se chama livre arbítrio. Esta “ferramenta” nos torna seres com alto poder de decisão e muitas vezes nossas atitudes acabam nos desviando “temporariamente” de nosso destino, mas nunca de forma definitiva e sim de forma que os acontecimentos acabam por tomar uma outra trajetória, algumas vezes de uma maneira menos agradável. Quando isso ocorre acabam surgindo em nossa existência momentos de confusão e indecisão, como conseqüência da presunção de incompatibilidade entre o princípio do livre-arbítrio e o determinismo da casualidade. Somente o determinismo “causalista” é que contraria o livre-arbítrio.

Uma vez ocorrida à causa, ela não muda mais os acontecimentos; tudo deve ocorrer conforme ela determina. Isso exclui a possibilidade da intervenção do livre-arbítrio. O efeito acaba sendo inexorável.
Desta forma, muitos eliminam a responsabilidade humana por suas ações ou omissões e acabam culpando o “destino” pelas suas atitudes. Desse modo tudo que ocorre de errado na vida humana; o determinismo inconsciente acaba isentando o homem de responsabilidade pelo que fizer de errado, pois ele é vítima das pulsões inconscientes. Por isso, é conhecido também em filosofia por determinismo absoluto.

Um fato acontecido comigo há 13 anos atrás e que me chamou muito a atenção, quando vi uma matéria jornalística na televisão onde um Promotor Público estava combatendo uma série de crimes ambientais e pelo fato ali relatado, imediatamente resolvi definir o trabalho científico que faria no Mestrado que estava iniciando naquela época. Agora neste mês de outubro de 2006, quando menos espero, sou convidado a atuar como palestrante e perito científico junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, com o intuito de auxiliar na busca de soluções para graves problemas ambientais justamente ligados aqueles fatos ocorridos há muitos anos atrás e justamente quem estava à frente dos trabalhos e tentando resolver os problemas ambientais era o próprio Promotor Público que, de forma anônima, a mais de uma década atrás acabou me incentivando a realizar o Mestrado naquela área específica. Vejam que exemplo claro de que as coisas não ocorrem por acaso.
A vida de cada um apresenta uma finalidade a ser atingida. O homem tem o livre-arbítrio para cumpri-la ou não, mas deverá responder pelo que fizer de errado ou deixar de fazer certo. Como diria Luiz Manfredini na obra Prisioneiro do Acaso “Trata-se, enfim, de verdade terminante: o acaso não raro me surpreende e aprisiona”. É assim, a coisa. Uma condenação perpétua.

O autor é professor na Unioeste-PR

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